A ideia de A Sangue Frio surge quando Truman Capote vê-se diante de um texto impresso no jornal The New York Times, onde era descrito o inexplicável assassinato de uma família de quatros pessoas na área rural do Kansas, nos Estados Unidos.
Capote agarrou-se de tal maneira à chocante história que foi ao estado não para escrever apenas mais um artigo sobre o fato, mas sim um livro inteiro (publicado primeiramente em quatro capítulos na revista The New Yorker). Pesquisou sobre a histórias durante seis anos, sem escrever uma linha sequer, e, ao publicá-la foi aclamado por ter inventado um gênero literário: o romance de não-ficção.
Anos depois, Tom Wolfe (The Electric Kool-Aid Acid Test, 1968) e seus companheiros incluiriam o título em seu próprio movimento, conhecido como 'New Jornalism' (no Brasil chamado de Jornalismo Literário).
À mais de 40 anos desde sua publicação, o radicalismo de A Sangue Frio é muito menos impactante; mas o livro continua sendo uma grande obra por descrever com riqueza de detalhes tanto o crime em si e seu desfecho, quanto os personagens envolvidos. O fato tomou então a forma de um romance ficcional, com narrador, introdução seguida de um breve desenrolar da trama, clímax e resolução. Os eventos que envolvem a morte da família Clutter formam a linha narrativa central.
Capote acreditava que o jornalismo era altamente subestimado e pouco explorado no meio literário, e que o jornalismo e a reportagem poderiam integrar-se à uma nova e importante forma de arte.
Publicado em 1965, A Sangue Frio mostrou aos jornalistas que era possível usar dos artifícios de uma técnica de redação criativa sem fugir dos termos e regras básicas de um texto jornalístico; algo visto hoje não só em livros mas também em revistas e jornais. Essa técnica, comum no exterior, tem sido, porém, pouco usada na imprensa brasileira nos dias de hoje. Atualmente, muitos veículos impressos vêem esse estilo como um dos pontos cruciais para manter seus leitores cativos.
Publicado em 1965, A Sangue Frio mostrou aos jornalistas que era possível usar dos artifícios de uma técnica de redação criativa sem fugir dos termos e regras básicas de um texto jornalístico; algo visto hoje não só em livros mas também em revistas e jornais. Essa técnica, comum no exterior, tem sido, porém, pouco usada na imprensa brasileira nos dias de hoje. Atualmente, muitos veículos impressos vêem esse estilo como um dos pontos cruciais para manter seus leitores cativos.
Se escrito hoje, A Sangue Frio provavelmente não seria publicado sem significativas mudanças.Veracidade tem se tornado um dos elementos cruciais quando misturamos narrativa criativa e jornalismo.( Ao final do livro, Capote integra cenas e personagens que nunca existiram, segundo documentos oficiais.).
Os estudantes de jornalismo devem aprender um estilo de narrativa que vá além dos modelos e padrões. E nesse processo posso indicar o best-seller de Capote como um dos degraus de aprendizado.
Catharina Guadalupe
Foto: Irving Penn
Links:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u142.jhtm (biografia Truman Capote)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom_Wolfe (biografia Tom Wolfe)
Magnífico livro, e belíssima resenha.
ResponderExcluirParabéns aos estudantes que compõem o blog!
Deliciosa resenha Guadalupe!
ResponderExcluirMesmo que o leitor não saiba sobre o assunto, se prende nas tuas observações, que são muito bem colocadas, e em poucas palavras.
Parabéns
Não entendo nada de jornalismo, porém gostei muito das resenhas e principalmente com a colocaçao das palavras.
ResponderExcluirParabéns a todos integrantes!
Gostei muito.
ResponderExcluirMatou a pau uma resenha que li a muito tempo atraz,na VEJA, na época em que foi lançado o filme.
Uau! Gostei de todo o texto, mas o primeiro parágrafo arregaçou!
ResponderExcluirMatias
Obrigada a todos!
ResponderExcluirObrigada Matias!
Estamos aprendendo!
Capote "auto-se-declarou" criador de um estilo literário!
ResponderExcluirNa época, bem como diz o fim o livro, foi aclamado e apedrejado (modo de dizer).
Mas de fato, o livro é sensacional, rico e extremamente trabalhoso de ser escrito. Trabalho para poucos.
Atualmente temos uma linha de jornalismo que segue mais ou menos Truman, como Marcelo Abreu do CB.
Parabéns!
A muito tempo não lia algo tão bom sobre esse cara que admiro tantooo!
ResponderExcluirVocê tem algum blog ou algo parecido?
Quero continuar lendo tuas resenhas!